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Porto Velho não atinge meta de vacinação da pólio; pesquisadores apontam risco de retorno da doença no país

A cobertura vacinal contra a poliomielite, doença erradicada do Brasil desde 1989, não atingiu a meta necessária em 2022. Foram quase 84% de pessoas imunizadas, mas o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 95%. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), nesta quinta-feira (4).

O esquema de vacinação da pólio é composto por cinco doses. São três injetáveis em crianças aos 02, 04 e 06 meses de vida. Após isso, mais dois reforços, em gotinha, são aplicados aos 15 meses e 04 anos de vida.

Segundo a Semusa, no ano passado, 27.055 pessoas foram vacinadas contra a doença, atingindo 83,43% de cobertura vacinal. No entanto, a meta era imunizar 32.427 pacientes, o que correspondia a 95% do público alvo imunizado.

A vacinação contra a pólio é aplicada em duas formas, em rotina e em campanha. Nos dados da última campanha, realizada no segundo semestre de 2022, a situação é a seguinte: apenas 16.103 crianças foram imunizadas, o restante dos 27.055 foi por vacinação de rotina.

No cenário campanha, crianças de 04 anos foram as mais imunizadas, com 4.710 doses aplicadas. Em segundo, aparecem crianças de 01 ano com 4.224, seguido de 03 anos com 3.590 e 02 anos com 3.579.

Risco de retorno da pólio

Nesta semana, pesquisadores que participaram da sétima edição do International Symposium on Immunobiologicals (ISI), fizeram um alerta de alto risco de retorno da poliomielite no Brasil.

Na justificativa, a baixa cobertura vacinal em todo o país é o principal motivo.

Além disso, segundo a presidente da Câmara Técnica de Poliomielite do Ministério da Saúde, Luiza Helena Falleiros, o constante processo de imigração e também a pregação de grupos antivacinas são outros fatores que atribuem a baixa vacinação.

Ainda de acordo com Luiza, um estudo do Comitê Regional de Certificação de Erradicação da Pólio 2022, da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), mostrou que o Brasil aparece em segundo lugar como país das Américas com o maior risco de volta da doença.

Uma situação que também tem a mesma análise no cenário local. Segundo a Semusa de Porto Velho, “parte disso, deve-se ao fato da descredibilização da vacina e às incessantes campanhas de fake news relacionadas ao sistema de imunização brasileiro”.

Em todo o Brasil, a cobertura vacinal contra a doença atingiu 77,16% do público alvo, dado abaixo do recomendado, que é de 95%.

A poliomielite é uma doença contagiosa aguda que pode matar ou provocar sequelas motoras graves.