Fazenda de senador bolsonarista está sobre terra indígena em Rondônia, diz dossiê
A fonte dessa informação é um dossiê divulgado pelo Observatório De Olho nos Ruralistas. Destaca-se que Bagattoli é sócio, juntamente com seu irmão, na empresa Transportadora Giomila, cuja propriedade, a fazenda São José, encontra-se sobreposta à área indígena.
Essas revelações são parte do levantamento “Os Invasores – Parte 2”, que analisou parlamentares e seus financiadores donos de propriedades que invadem terras indígenas.
Segundo a reportagem, a TI Rio Omerê tem 26 mil hectares, está homologada desde abril de 2006 e abriga os sobreviventes dos povos akuntsu e kanoê, etnias quase dizimadas por invasores de terras na década de 70.
Conforme o dossiê citado na reportagem do UOL, a invasão do território ocorreu em novembro de 2007, um ano após a homologação da TI e antes da empresa dona da fazenda, à época, a São José Jacuri Agropecuária, então titular da área, protocolar um registro do imóvel que invadiu 2.591 hectares da terra indígena, ou o equivalente a 3.628 campos de futebol. A área aparece até hoje nos registros do INCRA.
A suspeita é que a grilagem tenha ocorrido antes de o senador adquirir a fazenda, em 2011, por meio de penhora de uma dívida.
Jaime Bagattoli, eleito em 2022, tem limitado seu trabalho no senado a defender interesses dos ruralistas.
A reportagem do UOL cita que no dia 19 de abril, Dia dos Povos Indígenas, ele apresentou dois projetos de interesse dos grandes proprietários de terra: o primeiro tenta mudar a legislação para que fazendeiros possam pedir a remoção de invasores diretamente à polícia, sem sem recorrer à justiça; o segundo altera o Código Penal para incluir invasões de propriedades na tipificação de crimes contra o patrimônio.